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TCHIVINGUIRO + 1 "CAUSO"... OS MARRECOS DE PEQUIM...QUE NÃO ERAM DA CHINA! by Antero Sete

TCHIVINGUIRO + 1 "CAUSO"... OS MARRECOS DE PEQUIM...QUE NÃO ERAM DA CHINA!

Este "causo" começa a ser contado daquela maneira tradicional como começam todas as estórinhas bem comportadas ouvidas na nossa infância...
Era uma vez... seis patinhos Marrecos de Pequim, branquinhos de fazer inveja aquelas roupas lavadas com aquele sabão em pó que lava mais branco... os seis patinhos vieram da África do Sul, entraram em Angola pela fronteira do deserto, passaram pelo Caracul, Capangombe, Bruco, subiram a serra da Chela até ao Tchivinguiro e ficaram por ali, curtindo a vida, nos arredores da vacaria aos cuidados do Jaime, sob a proteção do Dr. Pablo "Batuta" e durante o dia, felizes, se banhavam nas águas cristalinas e fresquinhas da vala que ficava perto da vacaria, o sol resplandecendo no ouro brilhante dos seus bicos amarelos, até que numa noite sinistra de sexta feira, que talvez nem fosse sexta feira 13, cinco figuras, ainda mais sinistras e aterrorizantes do que a escuridão da própria noite, escondidas nas trevas se abeiraram da inocência de três velhos guardas mumuilas que pacíficamente pitavam os seus rústicos cachimbos, ao relento, em volta de uma fogueira aquecendo os próprios ossos e espantando com as suas labaredas os maus espíritos noturnos, quando uma figura sinistra, baixinha e cabeçuda saída das trevas se foi aproximando envolto na musica de uma gaita, que nós chamávamos de beiços, e que ela, a figura sinistra, tocava com meneios de menestrel, sentou-se entre os velhos guardas tagarelando uma língua arcaica e desconhecida de gente civilizada, mas que só eles entendiam!
Enquanto isso, as outras quatro figuras sinistras, entraram na vacaria e arrebanharam, para dentro de um saco, dois dos seis inocentes e alvos Marrecos de Pequim, que dormiam tranquilamente aquecidos pelo bafo da Mimosa e das outras vaquinhas suas amigas...
Contam as más línguas o triste fim dos Marrequinhos de Pequim, lá para os lados do lago ou, talvez da cascata seca, que depois de depenados terminaram num ensosso e duro churrasco, sem terem tido o direito e a oportunidade de emitirem, sequer, um simples quá, quá, quá...de protesto ou despedida!
Mas o "causo" não terminou por aqui porque galgou outras dimensões além vacaria! Uma ordem poderosa foi decretada pelo Dr. "Batuta": "todas as autorizações para sair da Escola e passar o fim de semana em Sá da Bandeira estão suspensas, até que o restante dos <<pilha marrecos>>, porque um eu já sei quem é, se apresentem e assumam a responsabilidade do seu acto ignóbil de... marrequicidio!"
E assim ficamos nós, reféns na antiga sala de estudos, depois das aulas, no final da manhã de sábado, antes e depois do almoço, com o pai e a irmã do nosso colega Aníbal esperando pela revogação da ordem no lado de fora do edifício, que há época servia de Internato, refeitório e sala de aulas, divididos em dois grupos o que apoiava o tocador da gaita, que nós chamávamos de beiços, que de jeito nenhum queria denunciar os comparsas, exigência do "Batuta" para liberar geral as licenças e o outro grupo que estimulava a denuncia...e o tempo foi passando até que os demais integrantes da quadrilha chegaram ao bom senso de "que não era justo os outros pagarem pelo que nós fizemos" e apresentaram-se assumindo a responsabilidade do acto ignóbil de... marrequicidio.
Como terminou? Simples! O Aníbal, que não tinha nada a ver com o "causo" dos marrecos, foi com o pai e a irmã para Sá da Bandeira, levando de boleia o Completo e o Morais e Castro, os outros que também iam para Sá da Bandeira desenrascaram-se do jeito de sempre, quanto aos "sinistros" do nosso "causo" ficaram se entendendo com o "Batuta" e segundo o tocador da gaita, que nós chamávamos de beiços, os marrecos até que não saíram caros, apenas 150 escudos cada um, porque, segundo ele eram falsificados, não eram genuínos de Pequim, da China, mas sim da África do Sul...
Quem eram eles? O Hernani Torrinha o tocador da gaita, que nós chamávamos de beiços, já se denunciou num comentário feito na página do amigo e colega Rui Torrinha, ao contrário de antigamente ele também já foi entregando o Paulos, que hoje é Doutor, o Colaço que curte a aposentadoria em Arapiraca, Alagoas, Brasil e o nosso saudoso amigo e colega de turma Viseu Fernandes...que vergonha Hernâni, quem diria que ao fim de tantos anos tu te tornarias num... dedo duro, mais duro do que o teu churrasco de marrecos!
Aquele abraço!


P.S. Conseguimos, com exclusividade Google, a foto das duas inocentes vitimas, ainda em vida e a foto do que as figuras malignas pretendiam fazer com os Marrequinhos. Só que faltou competência porque eles próprios reclamaram da qualidade do churrasco!
 

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