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TCHIVINGUIRO + 1 "CAUSO"...AINDA NÓS E O 25 DE ABRIL... by Antero Sete

TCHIVINGUIRO + 1 "CAUSO"...AINDA NÓS E O 25 DE ABRIL...

Dos muitos comentários que recebi sobre este "causo", a maioria apoiando e muito poucos desagradados com a maneira a que me referi à descolonização portuguesa, recebi do nosso colega José Azevedo, "Pica Pau" o seguinte e:mail que vou transcrever, mesmo sem a sua autorização,por o achar muito interessante e digno de ser divulgado!

"Olá, meu velho Amigo:
Falaste no 25 de Abril e na tal "descolonização sem honra e vergonhosa" e achei curiosa a coincidência de sermos talvez os únicos "retornados" que não chamam à dita "revolução", a "revolução dos cacas", em vez de "revolução dos cravos". Já nem te deves lembrar que nesse mesmo dia (25 Abril 74) nasceu o meu filho Pancho, o que basta para me contentar. Eu estava na zona de Cacuso e suspeitei logo que aquilo cheirava a esturro. Mas, passados 40 anos, os cravos (que afinal nos cravaram...) estão cada vez mais secos e desbotados, talvez por falta de rega e também por contra-informação dos que foram mandados fora (como nós), ou então pela indiferença/ignorância das novas gerações, que se estão borrifando para essa história da carochinha, mal contada pelos caricatos capitães de Abril...
Mas adiante...
Muito mais significantes para mim, são os teus "causos" que contam as vivências de "Charruas" que se negaram e que ainda se negam a morrer sufocados por cravos de burro. Os "causos" e as tuas reflexões, são a melhor narrativa de uma epopeia que vai passando de mail em mail, protagonizada por outros "Capitães da Areia", como o Gâmbias, o Esquilo; o Procópio, o Sérgio, o Pau...
E para mim é tão simples quanto isto:
Os "Charruas", regentes do principado do Tchivinguiro, eram filhos de TCHIVIN (vento) e de GUIRO (zanga). De TCHIVIN herdaram a capacidade de adaptação, de construção e de renascer das cinzas; e de GUIRO herdaram o esquecimento.
Mas pelas leis de Mendel, o caracter esquecimento não era dominante e não tinha para alguns "Charruas" a menor importância. Até que a descolonização os separou de Angola, onde até tinham feito coisas assombrosas. Tinham conquistado prestígio à custa de mérito, foram membros de excelentes equipas técnicas, médicos, empresários agrícolas, comerciantes, directores, diplomatas, viajantes, agrónomos ou veterinários, até houve um regente agrícola que foi bispo em Benguela!
A descolonização acabou com o alfobre do Tchivinguiro e pulverizou os "Charruas", que partiram destroçados à procura da Arca Perdida. Mas lançados de novo a caminho, depois de terem passado da luz para a obscuridade, vaguearam pelo mundo em busca de uma nova oportunidade,
andaram por cidades, florestas e desertos,
experimentaram profissões diversas e incríveis,
mudaram de hemisfério e de continente,
descobriram novos mundos e novos amigos, 
abriram novas portas e janelas,
acharam novas "terras de promissão".
E tornaram a renascer... até serem esquecidos. 
UM ABRAÇÃO"

Obrigado, meu amigo e colega José Azevedo, em meu nome e de todos aqueles que connosco partilham este espaço!
Aquele abraço.

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