
TCHIVINGUIRO +1 "CAUSO"...A VIAGEM INTERROMPIDA OU A FRUSTAÇÃO DE UM SONHO!
Deste "causo" tenho a certeza de que um colega, no mínimo, vai lembrar, reviver e talvez dê as caras e narre o acontecido, melhor do que este modesto contador de "causos".
Apesar da minha forte insistência junto de um dos protagonistas que vivenciaram o "causo", não consegui nenhum subsidio de peso que recheasse de suspense a descrição do referido "causo", razão essa, porque o considero pobre de sustância e me limito a descrever o que vi e o que sei.
Talvez o acontecido tenha ocorrido no meu 2° ano ou, talvez, no 1° trimestre do 3°ano, portanto no ano lectivo de 60/61, quando fomos surpreendidos com a noticia de que 3 colegas tinham "fugido" da Escola, com destino a um dos países nórdicos, quem sabe, Suécia, Dinamarca ou Noruega!
De inicio era o sussurro que levemente se espalhava pela "rádio corredor" que tal levedo em cerveja vai produzindo volume e criando mais espuma que certezas.
Lá pelo meio da manhã já sabíamos quem eram os colegas, embora os detalhes, aquele tempêrozinho, que iria incrementar a nossa curiosidade quase mal se fazia notar.
Dos colega em "fuga" 2 eram oriundos de Luanda, sendo um bastante conhecido e admirado pela sua habilidade e voz ao interpretar sambas e marchinhas de Carnaval, acompanhado à viola por um outro colega nosso, o outro, de notável, apenas tinha um elegante nome que nos remetia à realeza e à alta sociedade financeira angolana, méritos atribuídos por ele mesmo. Quanto ao 3°, amigo de tudo e de todos, admirado pelo seu coleguismo e pela habilidade em soprar o que nós, ignorantes, chamamos de gaita e os mais esclarecidos de harmônica, vinha de uma pequena vila da Huíla, que tradicionalmente fornecia os garraios para as nossas tão glamorosas garraiadas.
Apresentados que foram os protagonistas, cabia a nós outros que ficáramos na Escola na especulação e nas apostas sobre o desfecho do "causo", acompanhar o seu desenrolar.
Cogitava-se que o destino inicial seria o porto do Lobito e aí, embarcados em algum navio, a troco de serviços prestados, talvez conseguissem passagem e comida.
E nós torcendo e apostando pelo seu sucesso, três ou quatro dias depois fomos informados de que os nossos colegas em "fuga" foram localizados e detidos, não sei se em Benguela ou no Lobito e que estavam à disposição dos seus pais.
Dois desses colegas, o cantor e o tocador de gaita, voltaram para o Tchivinguiro e depois de dados os abraços, pagos os valores das apostas áqueles que desde o inicio do "causo" apostaram no seu insucesso, tudo voltou ao normal, excepto aguentar a gozação do nosso Professor Melões: "Me expliquem lá o que é que vocês iam fazer na Noruega, para sobreviver?" e como não obtinha resposta continuava:" Seria exibição em praça publica, um tocando gaita, outro cantando e o outro passando um boné, estendido à caridade?"
Aquele abraço.
Deste "causo" tenho a certeza de que um colega, no mínimo, vai lembrar, reviver e talvez dê as caras e narre o acontecido, melhor do que este modesto contador de "causos".
Apesar da minha forte insistência junto de um dos protagonistas que vivenciaram o "causo", não consegui nenhum subsidio de peso que recheasse de suspense a descrição do referido "causo", razão essa, porque o considero pobre de sustância e me limito a descrever o que vi e o que sei.
Talvez o acontecido tenha ocorrido no meu 2° ano ou, talvez, no 1° trimestre do 3°ano, portanto no ano lectivo de 60/61, quando fomos surpreendidos com a noticia de que 3 colegas tinham "fugido" da Escola, com destino a um dos países nórdicos, quem sabe, Suécia, Dinamarca ou Noruega!
De inicio era o sussurro que levemente se espalhava pela "rádio corredor" que tal levedo em cerveja vai produzindo volume e criando mais espuma que certezas.
Lá pelo meio da manhã já sabíamos quem eram os colegas, embora os detalhes, aquele tempêrozinho, que iria incrementar a nossa curiosidade quase mal se fazia notar.
Dos colega em "fuga" 2 eram oriundos de Luanda, sendo um bastante conhecido e admirado pela sua habilidade e voz ao interpretar sambas e marchinhas de Carnaval, acompanhado à viola por um outro colega nosso, o outro, de notável, apenas tinha um elegante nome que nos remetia à realeza e à alta sociedade financeira angolana, méritos atribuídos por ele mesmo. Quanto ao 3°, amigo de tudo e de todos, admirado pelo seu coleguismo e pela habilidade em soprar o que nós, ignorantes, chamamos de gaita e os mais esclarecidos de harmônica, vinha de uma pequena vila da Huíla, que tradicionalmente fornecia os garraios para as nossas tão glamorosas garraiadas.
Apresentados que foram os protagonistas, cabia a nós outros que ficáramos na Escola na especulação e nas apostas sobre o desfecho do "causo", acompanhar o seu desenrolar.
Cogitava-se que o destino inicial seria o porto do Lobito e aí, embarcados em algum navio, a troco de serviços prestados, talvez conseguissem passagem e comida.
E nós torcendo e apostando pelo seu sucesso, três ou quatro dias depois fomos informados de que os nossos colegas em "fuga" foram localizados e detidos, não sei se em Benguela ou no Lobito e que estavam à disposição dos seus pais.
Dois desses colegas, o cantor e o tocador de gaita, voltaram para o Tchivinguiro e depois de dados os abraços, pagos os valores das apostas áqueles que desde o inicio do "causo" apostaram no seu insucesso, tudo voltou ao normal, excepto aguentar a gozação do nosso Professor Melões: "Me expliquem lá o que é que vocês iam fazer na Noruega, para sobreviver?" e como não obtinha resposta continuava:" Seria exibição em praça publica, um tocando gaita, outro cantando e o outro passando um boné, estendido à caridade?"
Aquele abraço.