Agora sim, está estabelecida a confusão! O "Narsa" (fica a duvida com "s" ou "ç") afirma que o nome verdadeiro do motorista "Caetano" é Carlos Elington e que o passarolo é um serpentário, quanto ao "Võvô", sugere Manuel Fernandes e humilha a penosa de passarolo, já o "Esquilo" avança com um sonoro Wadington, enquanto o "Procópio" chega à conclusão que nem serpentário nem passarolo é, sim um abutre!
Quanto a mim, baseado nas informações destes e muitos outros colegas e nas minhas gratas lembranças, apenas, relato que um dia apareceu uma ave estranha e esquisita, rondando com andar empertigado e lento as cercanias da vacaria.
Passada a curiosidade inicial, o que será! e o que não será? alguém confirmou que o tal passarolo era um Jaburu (Jabiru mycteria) o que o incluía no grupo dos serpentários e o excluía da família dos abutres!
Como Jaburu nos remetia ao Brasil, já que o povo pantaneiro o designa por Tuiuiú e a literatura, por mim conhecida, lhe atribui naturalidade sul americana e não sendo considerada ave migratória, ficou o mistério por decifrar, de como é que este cidadão sul-americano, sem passaporte e burocracias, chegou ao Tchivinguiro?
O certo é que, à custa de pedacinhos de carne, cedidos pelo Graça, do refeitório, o ave se enturmou conosco e logo teve direito, como verdadeiro "bicho" sem matrícula à aceitação incondicional e ao nosso tradicional batismo, com o resto da bicharada mal humorada, semi-bichos, neutros e veteranos, todos em perfeita e alegre (para os últimos e chata para os primeiros) procissão encabeçada pelo Reverendo Bispo do Tchivinguiro e Caholo, "D. Esgueira", que logo e apadrinhado por não sei quem deu nome próprio à ave: "CAETANO"!
Este "Caetano", penoso, era um bom camarada! Graças ao instinto que a natureza lhe deu, conseguiu chegar até ao terreno em frente ao Internato, onde fazia parte das rodas de conversa e fumo e, talvez, alguém o tenha viciado com um ou outro cigarrito...e porções reforçadas de pedacinhos de carne!
Perante a curiosidade de todos nós, no ócio dos intervalos das aulas e do alto das varandas, ficávamos observando o "Caetano", lá em baixo, aguardando pacientemente, o longo pescoço e o papo vermelho recolhidos, a cabeça apoiada entre as omoplatas, o longo bico projetado para a frente como se fosse uma comprida boquilha, o frágil corpo coberto de penas brancas e algumas pretas marginando as extremidades das asas, apoiado numa única delgada e comprida perna até que um dia, de surpresa, o "Caetano" morreu! E lá voltou aquela procissão, encabeçada pelo Bispo "Esgueira", os bichos semi nus, semi-bichos, neutros e veteranos, estes ultimos envoltos nas suas colchas brancas pranteando o "Caetano", que teve direito a encomenda da sua alma por homilia do Bispo, choro ordenado pelos veteranos e campa rasa, sem direito a lápide e flores, rapidamente esquecida, para agora, passados 56 anos vir um bronco, como eu, lembrar o perfil do "Caetano" !
No próximo "causo", trarei a imagem e lembrança do nosso motorista de descendência anglo-transmontana e que, apenas por semelhança visual também foi agraciado com o cognome: "CAETANO"!
Aquele abraço!
Quanto a mim, baseado nas informações destes e muitos outros colegas e nas minhas gratas lembranças, apenas, relato que um dia apareceu uma ave estranha e esquisita, rondando com andar empertigado e lento as cercanias da vacaria.
Passada a curiosidade inicial, o que será! e o que não será? alguém confirmou que o tal passarolo era um Jaburu (Jabiru mycteria) o que o incluía no grupo dos serpentários e o excluía da família dos abutres!
Como Jaburu nos remetia ao Brasil, já que o povo pantaneiro o designa por Tuiuiú e a literatura, por mim conhecida, lhe atribui naturalidade sul americana e não sendo considerada ave migratória, ficou o mistério por decifrar, de como é que este cidadão sul-americano, sem passaporte e burocracias, chegou ao Tchivinguiro?
O certo é que, à custa de pedacinhos de carne, cedidos pelo Graça, do refeitório, o ave se enturmou conosco e logo teve direito, como verdadeiro "bicho" sem matrícula à aceitação incondicional e ao nosso tradicional batismo, com o resto da bicharada mal humorada, semi-bichos, neutros e veteranos, todos em perfeita e alegre (para os últimos e chata para os primeiros) procissão encabeçada pelo Reverendo Bispo do Tchivinguiro e Caholo, "D. Esgueira", que logo e apadrinhado por não sei quem deu nome próprio à ave: "CAETANO"!
Este "Caetano", penoso, era um bom camarada! Graças ao instinto que a natureza lhe deu, conseguiu chegar até ao terreno em frente ao Internato, onde fazia parte das rodas de conversa e fumo e, talvez, alguém o tenha viciado com um ou outro cigarrito...e porções reforçadas de pedacinhos de carne!
Perante a curiosidade de todos nós, no ócio dos intervalos das aulas e do alto das varandas, ficávamos observando o "Caetano", lá em baixo, aguardando pacientemente, o longo pescoço e o papo vermelho recolhidos, a cabeça apoiada entre as omoplatas, o longo bico projetado para a frente como se fosse uma comprida boquilha, o frágil corpo coberto de penas brancas e algumas pretas marginando as extremidades das asas, apoiado numa única delgada e comprida perna até que um dia, de surpresa, o "Caetano" morreu! E lá voltou aquela procissão, encabeçada pelo Bispo "Esgueira", os bichos semi nus, semi-bichos, neutros e veteranos, estes ultimos envoltos nas suas colchas brancas pranteando o "Caetano", que teve direito a encomenda da sua alma por homilia do Bispo, choro ordenado pelos veteranos e campa rasa, sem direito a lápide e flores, rapidamente esquecida, para agora, passados 56 anos vir um bronco, como eu, lembrar o perfil do "Caetano" !
No próximo "causo", trarei a imagem e lembrança do nosso motorista de descendência anglo-transmontana e que, apenas por semelhança visual também foi agraciado com o cognome: "CAETANO"!
Aquele abraço!