EXCURSÃO DE ALUNOS DO TCHIVINGUIRO A PORTUGAL, FOI HÁ 50 ANOS!
Foi há 50 anos! A primeira (e talvez única) visita de estudo ao exterior de Angola de alunos da Escola de Regentes Agrícolas “Dr. Francisco Machado” no Tchivinguiro.
Estávamos em 1964 mas desde uns anos antes falava-se numa excursão para fora do território mas cuja concretização se adiava… Até que, nesse ano, para grande satisfação e surpresa nossa se tornou realidade.
O grupo foi formado não só por finalistas, pois alguns na ocasião já estariam impedidos por motivos pessoais vários como tropa, estágio, etc., mas completaram-no pré-finalistas (4º ano). Tomámos um avião Friendship da DTA no Lubango para Luanda onde pernoitámos. e demandámos Lisboa no dia imediato em avião a jato fretado pela TAP.
Tenho quase escrita uma extensa crónica, o que não cabe aqui neste local, do que foi essa inesquecível, para nós, visita a Portugal, ao pormenor, programa oficial, episódios pitorescos, diversão extra programa, etc., pelo q fica aqui apenas um relato menor.
Foi assim que eu e muitos deixámos pela primeira vez o continente africano e pisámos Portugal. Compunham a excursão como professor o Dr. Manuel Fernandes e sua esposa, e dez (se não erro) alunos: A. Pires Dias; António Russo; C. Serra Santos; Eduardo Baeta; Fernando Lima; J. Geraldes de Matos; Júlio Rodrigues; M. Branco de Castro; N. Costa Santos; Rodolfo Veiga. Era pois uma mini excursão. Em Portugal foram designados como acompanhantes dois professores locais.
Para o evento foi imprimida uma interessante brochura, que conservo ainda hoje.
Consta desse programa que a visita se iniciou em Lisboa no dia 25 de julho e terminou a 12 de agosto de 1964, durando pois 19 dias nos quais percorrermos Portugal a partir da grande Lisboa para o Baixo Alentejo, Algarve, Alto Alentejo, Ribatejo, Beira Litoral, Minho e grande Porto. Antes houve a apresentação de cumprimentos a dois governantes, CMLisboa, e a outra entidade. Naquelas regiões visitámos institutos, universidade, caves, adegas, silos, obras de rega, barragens, estações agronómica e agrárias, coudelaria, colonato, perímetros florestais, jardim botânico, parques, herdade, as (três) escolas de regentes agrícolas e as (três) práticas de agricultura nas quais fomos ficando alojados ao longo da excursão. Percorremos também locais turísticos, monumentos, templos, santuário de Fátima, complementando-se a excursão com um programa social oferecido de fados, almoços ou jantares especiais, feira popular, etc. Para além disso tivemos dias e noites livres em que por nossa conta nos divertimos nas cidades por onde passávamos.
O dia 12 de agosto consta como dia livre em Lisboa e partida para Angola após a meia noite. Mas tal não aconteceu! Pois foi concedido aos excursionistas um período suplementar de permanência em Portugal de cerca de semana e meia em que cada um o aproveitou como quis, tendo sido garantido alojamento numa residência universitária em Lisboa. Foi uma excursão memorável, deslumbrante.
E assim nesse já adiantado agosto de 1964 regressámos enriquecidos à nossa querida Angola novamente pela TAP até Luanda para depois voltarmos ao Lubango num voo da DTA. A memória da excursão seria depois durante muito tempo partilhada em conversas deliciosas com familiares, amigos e colegas.