Meu amigo Azevedo, espero que não fiques chateado por aproveitar a tua ideia e divulgar a minha versão sobre o António Maluco, mas os méritos são teus!
Milu, satisfazendo o teu pedido passo a publicar o "Tchivinguiro + 1 Causo" nesta página.
ANTÓNIO MALUCO,
só mesmo o nosso amigo e colega José Azevedo, Pica Pau, para nos lembrar do António Maluco por isso, a ele atribuo os créditos iniciando com as suas próprias palavras "...andava cavalgando um rapaz louco, o António Maluco, que devia pensar que era um cavalo. Aparecia no intervalo das aulas e descarregava o seu sorriso cavalar pelos alunos, soltando gargalhadas que ninguém entendia...".
Realmente, o António chegava no primeiro intervalo das aulas, trotando e batendo os pés calejados no chão de terra, erguendo uma nuvem de poeira alaranjada que se erguia e colava sobre o seu corpo, tornando-o cinza.
Fisicamente, de uma magreza extrema, a pele embrulhando o conjunto de ossos evitando que eles despencassem e se espalhassem desordenados pelo chão, os dentes brancos e grandes saltando para fora dos beiços rosa escuros.
Na cintura, pendurado um trapo que outrora tivera cor definida e que não dava mais para dizer qual era, uma ponta escorregando pelo rego, entre pernas, e que quando folgado apresentava os únicos "documentos" que possuía aqui na Terra e que Deus lhe dera na nascença!
Nessa época, nós os do 2º ano e muito poucos os do 1º, nos sentávamos no lado direito daquele murinho que ficava em frente ao edifício do internato, desfrutando do sol matinal, enquanto outros saboreavam o seu cigarrinho, antes de entrar para a próxima aula.
Aí, chegava o António com o seu sorriso cavalar, arrastando a sua nuvem de poeira e mais insano que ele (ou talvez fossemos nós outros os insanos) era o nosso colega de turma Álvares, batizado por uns de Moçambicano e, por outros, de Risadas, que passando o braço por cima dos ombros magérrimos e ossudos do António, o envolvia num amplexo, enquanto se sentavam no murinho e partilhavam fraternalmente um cigarro!
Hora de voltar para as aulas, o António ficava catando as beatas jogadas no chão enquanto nós caminhávamos para dentro do edifício e eu me quedava, por segundos, olhando o António que como descreve o Azevedo "...montava no seu cavalo de vento e trotava pela descida para (o além é meu) até à casa do Batuta."
Milu, satisfazendo o teu pedido passo a publicar o "Tchivinguiro + 1 Causo" nesta página.
ANTÓNIO MALUCO,
só mesmo o nosso amigo e colega José Azevedo, Pica Pau, para nos lembrar do António Maluco por isso, a ele atribuo os créditos iniciando com as suas próprias palavras "...andava cavalgando um rapaz louco, o António Maluco, que devia pensar que era um cavalo. Aparecia no intervalo das aulas e descarregava o seu sorriso cavalar pelos alunos, soltando gargalhadas que ninguém entendia...".
Realmente, o António chegava no primeiro intervalo das aulas, trotando e batendo os pés calejados no chão de terra, erguendo uma nuvem de poeira alaranjada que se erguia e colava sobre o seu corpo, tornando-o cinza.
Fisicamente, de uma magreza extrema, a pele embrulhando o conjunto de ossos evitando que eles despencassem e se espalhassem desordenados pelo chão, os dentes brancos e grandes saltando para fora dos beiços rosa escuros.
Na cintura, pendurado um trapo que outrora tivera cor definida e que não dava mais para dizer qual era, uma ponta escorregando pelo rego, entre pernas, e que quando folgado apresentava os únicos "documentos" que possuía aqui na Terra e que Deus lhe dera na nascença!
Nessa época, nós os do 2º ano e muito poucos os do 1º, nos sentávamos no lado direito daquele murinho que ficava em frente ao edifício do internato, desfrutando do sol matinal, enquanto outros saboreavam o seu cigarrinho, antes de entrar para a próxima aula.
Aí, chegava o António com o seu sorriso cavalar, arrastando a sua nuvem de poeira e mais insano que ele (ou talvez fossemos nós outros os insanos) era o nosso colega de turma Álvares, batizado por uns de Moçambicano e, por outros, de Risadas, que passando o braço por cima dos ombros magérrimos e ossudos do António, o envolvia num amplexo, enquanto se sentavam no murinho e partilhavam fraternalmente um cigarro!
Hora de voltar para as aulas, o António ficava catando as beatas jogadas no chão enquanto nós caminhávamos para dentro do edifício e eu me quedava, por segundos, olhando o António que como descreve o Azevedo "...montava no seu cavalo de vento e trotava pela descida para (o além é meu) até à casa do Batuta."